Aqui está, e li vendo meio embaçado, ou todo embaçado, o quadro ali do outro lado, uma das últimas fotos do papai forte e feliz, soberano no seu chapéu preto, camisa preta, mafioso e senhor de si.
É mais que ter a chance de não se arrepender do não viver a vida de seu pai até o fim. É a certeza de que ele doou o melhor que tinha para ti: o exemplo sem máscaras do que fez dele um homem feliz, ou dele um homem infeliz.
Nenhum pai que merece seu amor jamais te esconderá isto – o exemplo do certo e errado, acima das certezas dele sobre estes mesmos valores e experiências. Ciente disto, se um bom pai teve, como eu tive, segue sem sombras de dúvidas de tudo de errado que está fazendo, do buraco em que se meteu e, melhor e mais importante, da certeza de que vai achar o caminho para fora deste buraco e sorrir o que seu pai não sorriu.
Assim, sorrindo o que ele não deu conta, muitas vezes por você e pela a mãe que ele te deu, sorrirá pelos dois, e não precisará que ele tenha lhe ensinado a escolher seus amores, como fez o florista. E vai então sorrir o que ele mais sorriu: ser pai de você.
(Por que sei que não sou tão poeta assim? Porque leio quem o é: Impagável Carpinejar, este tu inspirou!)
Poesia
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Literatura
Crônicas e prosa