Um fusca
Um bulldog
Um caminhão!
Uma casa na Pampulha,
Quintal com grama
Sonhos que destruí.
- Por que, não os queria?
Destruí porque os realizei.
Choquei-os com a realidade.
Os matei, ou eles, à luz do sol, tiveram seu brilho desfeito.
- Não há esperanças para os sonhos?
Há, os sonhados, e os bons.
- Como separar os bons dos ruins?
Só dá para saber, realizando-os,
Ma sempre sonhar é bom.
- Mas não temes?
Não, os destruo sem piedade,
Mas prefiro sabê-lo.
Os realizo, vivo, adoro, e desisto.
Deles lembrarei (só lembro se vivi),
E lembrarei os bons momentos. Às vezes, sofrerei seu fim!
- Então os mata e guarda deles o que houve de melhor?
Sim, melhor que o que fazem uns com os outros, as pessoas.
Porém, quando se deixa de ser sonhado por alguém,
Surge um homem livre. Melhor assim.
As pessoas não são desejos, mesmo desejadas.
Esquecidos, voltam a ser livres.
Cargas afetivas são engraçadas, como nuvens negras...
São óbvias, mas não pesam enquanto se formam.
- E a realidade? É dura?
Dura? São três turnos duros, como de costume.
No meio do terceiro, paro,
vejo um para casa, prepara outra para a cama, recebe um abraço-cavalinho,
um beijo na careca, e um “vai lá, trabalhar para nos sustentar”,
dito de uma forma tão cheia de gratidão e reconhecimento... e você, vai.
Perguntou se era dura a realidade? Ela é suave, doce, bela e incomparável. A vida é a cura de todos os delírios do querer egoísta que desenha os desejos estúpidos de quem não ama.
Poesia
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Literatura
Crônicas e prosa