Largados em um velho armário,
Esboços de rostos, ensaio estudantil.
Esboços lindos, mas abandonados pela autora.
Largados em um velho armário, dormiram... até que um dia...
Em fúria sanitarista, quilos de papel da casa para fora.
A dona lá não mora, e a arte, em papel, lá ficou.
Rolos de papel pardo, rolos bons, por dentro, arte.
Rolos postos na rua com quilos d´outros de papéis mis.
Papel hoje é ouro, e antes do coletor oficial de lixo,
ou imposto?,
passam hordas de catadores, a busca do ouro que não nos cabe mais.
Tudo levaram naquela manhã, menos a mala velha, e a arte.
Quase almoço, quase o Caminhão oficial, minutos antes, o senhor.
Um velhinho, pequena sacola, coletor seletivo e precioso.
Busca a coisa certa, levou pequenas tranqueiras, e os rolos.
Rolos de arte ele carregou com muito cuidado.
Não amassou, não rasgou, não dobrou.
Vi o bom velhinho subindo o morro, forte e firme,
Levava os rolos bem enrolados.
Sabe-se lá, vai saber.
Eu de cá, preferi só crer, ingênuo...
A arte abandonada teria de novo uma parede e olhares a lhe admirar.
Poesia
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O senhor SWEDENBORG e as investigações geométricas
Literatura
Crônicas e prosa