Antes só fosse, bronco.
Antes só, fino.
Aqui, entre os que estão na origem
da bronqueza,
Sou bronco e feliz.
O lado bronco,
tosco,
enrusgado pela força,
Pelo raciocínio braçal,
do trabalho na roça,
Aprendi de meu pai.
Tosca, bronca graça,
que uso para ter amigos.
Não nas torres,
Mas aqui no mato.
Uso para ser parte das gentes,
Amigo e não doutor.
Uso... bem, não é bem isto.
Sou! Afinal, sou bronco,
Sou igual eles e não deixo o véu de tantos diplomas esconderem-me deles,
Amigos, e dos amigos, os melhores.
Mas meu pai quis ser doutor Médico,
E foi.
E como tal, escolheu casar com bailarina.
Brava, dura bailarina,
Era bailarina.
E talvez dalí, saí elaborado, ou ao menos,
afeto ao elaborar.
E me elaborei.
Aprendi estilos,
Acordei artes,
Embalado, sempre embalado,
pelos aplausos da fã-mãe, Bailarina.
Entendi tempos, povos,
Sabores, sutilezas.
Acordei gostos
(embora muitos destes, poucos sabem,
os broncos têm em grande refinamento).
Com o bronco,
escalo árvores,
carrego caminhões,
ando dias mato a dentro.
Com o que elaborei,
escrevo (nem que seja sobre as árvores que escalo!),
conto (nem que seja os casos de estrada!),
falo (nem que seja para destas coisas broncas, ensinar),
seduzo (nem que fosse para crer: os broncos serão amados!),
Convenço (nem que seja a mim mesmo!).
Só que o bronco,
Sempre está lá.
Bronco e fino,
Causo estranhezas,
e só estranhezas.
Poesia
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Literatura
Crônicas e prosa