Será que consigo?
Sábado, uma noite de calor.
Poemas ao que?
Ao desejo de fazê-lo?
Ao pó, calor,
secura e calor.
Ao céu azul, piscina também?
Criança dormindo,
acordando,
mergulhando feito sereia?
Dois metros, dois e meio.
Vai de cabeça e volta.
Sereia densa e pesada,
a outra, flutua feito pluma.
A o que?
A querer fazê-lo? A ter ninguém?
A ter tanta gente, ninguém?
Ao fazê-lo, por querer.
Por nada a não ser,
palavras e mais palavras.
Jogadas, sem rumo, porques,
a o ques,
Lançadas na folha, uma, outra.
Sem nexo, ritmo, nada, a não ser...
Sempre há um não ser, que seja.
Palavras pela beleza de serem ditas.
De mostrarem fluir um pensar.
De se perderem em evolução pura.
Sem razão, como a vida orgânica,
pela sorte de surgirem, e sem razão,
mas, inexoravelmente, com as mais terríveis,
dramáticas e belas,
consequências de serem a beleza que são.
Poesia
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Literatura
Crônicas e prosa