Jardins de Palavras
em canteiros de versos
a cerca de eiras de prosa.
Em 2008, um mês, um livro, desde julho
Eu quis ejacular este poema.
Em desespero ao sentir este medo,
Da falta dos outros.
Do fragilizar alheio,
que tanto me deixa só.
Na necessidade abandonada
de ter gente em paz em volta,
quis largar disto.
De poema, quis pichar no muro,
Palavrão!
Uma xingada em piche,
Um cuspir, lacaniano,
No não-eu!
Mas, não.
Lembrei que escrevia por amor.
Amor que me faz agüentar estar só,
Que me agüenta em centro,
faz os outros terem a mim, em mim,
Enfim alguém, para o que for, e o que der.
A mim, a busca de retorno, eterna, ainda,
Lacaniana.
E amor é assim,
Não escreve com a mão.
Com o cérebro.
Com o pensar.
Sem a métrica que mataria o sentir,
O amor pelos outro, pelo que se faz,
Pelo complexo, e simples viver,
Se escreve com o sangue denso,
Arterial vivo sangue!
Embebido em ordem na mente,
Para transcrever,
Em desordem,
A alma.