Jardins de Palavras
em canteiros de versos
a cerca de eiras de prosa.
Em 2008, um mês, um livro, desde julho
Momento borracho, qual?
Vive o poeta!
Vive, dia a dia.
A muito, alternava,
Um dia, vivia,
O outro, sofria.
Hoje, vive.
Dia a dia,
Vai sem olhar para trás,
nunca,
Só o seguir,
Só para frente,
Vive.
Vivo, até meio assim,
Diria uns,
Assim assim...
Egoísta e distante?
Não, no fundo, não.
Só quer continuar a viver.
Pergunte então àquelas pequenas.
Elas vivem nele a alegria que,
Assim assim, hoje ganhou.
Canta, dança, brinca.
E vivo, escreve menos.
Pouco ou nada,
Pois seus poemas,
agora, devora.
Respira o que inspira,
Vira ar nos pulmões,
Não para, não anota.
Devora com pão,
Nas curvas, nas voltas.
Mais de mil escreveu.
Na mente, escreve.
Nos olhos, apaga.
A vida efêmera, agora,
rege o dia e o tempo.
Os poemas, podem,
Quem diria, até acabar.
Afinal, qual a pressa?
Qual a urgência, de enterrar?
Um papel túmulo, sentimentos
Fortes, dados, compartilhados,
Enterrados nos olhos alheios.
Passados para a frente, para deles livrar?
Livre e vivo, um dia,
hoje, quem sabe,
Volta a ajudar.
Mais feliz, ajuda,
A velha ajuda,
também flui.
O que inspira,
o que faz,
não é também, mais seu.
Ser guiado também deixou,
Flui nele o amor, aceita,
Orixás!
Agora, a vida é poema, e poema,
Se vive, observa, respira, e só.
O ar, no papel, quem aprisionará?
Abril, oito, mais dois mil.