Jardins de Palavras
em canteiros de versos
a cerca de eiras de prosa.
Em 2008, um mês, um livro, desde julho
No ombro, corpinho agitado, olhando para tudo.
Caminho da procissão, dia de alegria, brinquedo,
Família dos outros.
Ali perto, música na casa. Papai sobe a escada,
Uma banda no salão. Estão ensaiando, tanta gente,
Que barulho!
Depois. Ao pé do soldado, vejo meninas anjinhos,
Gente demais. É noite, e a gente está aqui na igreja,
Vendo isto tudo, e durmo no colo!
E passa dia, dormem as moças, se vai para casa.
É casa delas, a vila no centro, com crianças e doida.
Alegria de estar solta, soltinha.
E na procissão saindo do Pilar, anjinhos e “anjonas”.
Tanto padre, tanta gente de novo.
E de joelho no ombro, de novo no ombro, chamo atenção.
Banana na boca da Laura, bundinha pro ar, e caras e bocas.
Tem mais fotógrafo para elas que para os santos.
Agora eu, saio de meus próprios ombros e de seus pesos próprios.
Subo pelas pernas agitadas de Bibi, e acho seu coraçãozinho,
Passando pelos seus olhos brilhantes, e agitados.
Lembranças de infância que quero ver lembradas na vida toda.
E sua história de tantas vistas e estórias, entra em meus olhinhos
infantis, boiando no meu rosto de malandro, talvez assim por querer se encher das cores de agora, pela falta de memória de uma infância sem sal, sem cor, sem o risco de viver.