Jardins de Palavras
em canteiros de versos
a cerca de eiras de prosa.
Em 2008, um mês, um livro, desde julho
Final de ano,
Reformas, mudanças,
Dificuldades,
E o meu muro,
sem aviso,
diante de uma lufada só e rápida de vento,
caiu.
Pesado demais para altura extra que lhe dei,
Protesto dos blocos à minha arrogância
de tanto empilhá-los?
A mim, deveria soar só como desespero cotidiano.
Na frente de meus olhos, de uma vez, caiu.
Porém, alí, me vi feliz, e a saúde de todos,
longe dele na hora, atribuí ao absurdo sentimento.
A verdade outra, é que todo muro que cai é bom,
te deixa ver longe, e ilumina a casa, amplia a vida.
Triste fato para me lembrar que meu amado, imponente muro,
Era mesmo ruim e o era mesmo por ser assim, tão imponente.
Alí, blocos empilhados me lembrando que preciso deles.
Do outro lado há um cerrado que ninguém nele construiu.
Nele passeio os olhos a todo momento,
pois o muro, faltoso, já levanto de novo.
Dezembro 2001