Nota do autor - existe um livro de poemas impublicável, chamado Poemas de Macho. Não teria coragem de dizer tudo, pois aqueles, bom, aqueles são sim confessionais. Mas este aqui, foi inspirado e amigas corredoras e amigas legítimas. Não machucará ninguém)
“Um boneca mais magra que a Barbie?”
“Precisa ter uma Barbie cheinha, saudável...”
Assim... - penso calado - como você?
Cheinha e feliz, bem, cada um, cada alegria.
De fato as cheinhas são mais felizes?
São mais felizes que as cheinhas-magras,
Que sofrem para sê-lo. Com certeza são.
Mas as cheinhas são mais felizes que ...
as magras-magras?
Corredoras, capoeiristas, yoginis, योगी?
Ou são só mais desocupadas de si?
(uma corredora infeliz é uma cheinha disfarçada, sem nenhum apreço para as maravilhas das endorfinas, endocanabinóides, endoalegrias!)
São só mais cheinhas e sabem que não deviam sê-lo.
Mas são! Cheinhas de si, de soberba, de certezas.
Cheinhas de ouvidos moucos, olhares indiferentes,
para toda diferença!
São cheias de vontades, desejos e frustrações.
(outras serão tão só cheias de alegria, que nem sentem as endorfinas? Legitimamente só felizes, gordinhas felizes!)
São, como as magras, todas iguais!
Todas maravilhosas.
Todas insuportáveis.
Austeras demais, leves em excesso,
Depois, o reverso.
E todas, cada uma, tem seu chinelo velho.
Alguns compartilhados, outros exclusivos,
mas sempre um chinelo lhes aguentará o peso.
Uns gostarão das curvas, outros, das sobrecurvas!
Mas que sejam felizes! Cheinhas felizes dão menos trabalho aos seus chinelinhos cansados!
Hoje, tudo é a estética.
Há estética no gosto de um bolo bem feito,
Há estética neste café forte.
No gato que foge,
Nas folhas mortas, misturadas com flores,
Que uso para desodorificar.
Há estética em uma queijeira, de bambu,
posta com calma, sobre o móvel de caixa de bacalhau,
Feito à mão, com amor.
Há estética no movimento deste postar com calma.
Há calma na estética, no dormir, acordar,
no sozinho, nas meninas.
Na espera das meninas chegarem.
Há um belo sem fim nem começo, há uma beleza sem fim,
neste ar.
Outro inverno e seca, outra vez, este ar.
Parado e belo, ar.
A estética não morre enquanto não morre a memória.
O belo que foi destruído embeleza o feio mundo.
Só de olhar, e lembrar o que lá era, e agora não há.
O amor é assim também, e embeleza todo o vazio que ele deixou.
Poesia
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