Nota-se que estamos longe,
De tudo.
É aqui que foi o fim.
Depois daqui, sertões.
As paredes ainda respiram toda a distância que não passa.
Não vai passar.
A distância é esta gente,
longe.
Melancolia, tristeza.
Uma paisagem tal
que aprisiona a alma.
Ou o contrário.
Exatamente oposto.
Uma paisagem transbordante,
intensa,
intangível aos tatos e sensos,
extravagante em tudo.
Sem fim,
sem campo,
sem matas,
um cerrado denso
morrendo em pé de morro de pedra pura.
Um sol parado
encima de um tão azul:
escuro, marinho céu,
repetido em portas na cidade à frente.
Parado e morno sol,
ainda quente,
de inverno.
Na verdade,
a paisagem liberta a alma.
Livre, tão e de repente,
nos escapa,
foge e se dilui no tudo.
Quieto, calado,
fica o corpo sem alma,
melancólico, triste,
esperando uma alma nova lhe brotar no seio,
resgatar o essencial, trazer a velha alma de volta,
acesa, viva, feliz.
Entrei em um.... nu.
Deixei sua água passar,
deixei seu frio me cortar....
Nadei, braçadas e mergulhos,
fundos e longos...
assim me esquentei....
e o frio então queimou.
Minha pele, ardeu por dentro...
Este efeito de inverter o que se sente,
de ferver ao quase gelar...
O rio é um chão fundo e sinuoso,
sensualmente cunhado, charmosamente moldado.
Seu escultor, as águas doces cheias de Oxum...
cavam leitos longos e esbeltos,
Desenham remansos, opostos e serenos,
Mais que tudo, neles correm sempre as águas de Oxum,
cheias d'Ela, mineral, pois são elas que fazem o rio ser o rio,
e não o chão que um dia se cavou.
Seco, o chão é o chão,
mas a água é a chuva, que volta dançando nos ventos de Iansã.
Poesia
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Literatura
Crônicas e prosa