Se mudar, que vai ser?
Muda, se der, vai ser?
Se der, semente será?
Sergipe é longe demais...
não vou lá.
Se fosse lá, faria diferença?
Faria... se fizesse, fez.
Se ficar, aqui, soltando palavras?
Faz diferença? Näo.
Não vou lá também não.
Se melhorar, vai ser bom?
Vai ser melhor, se chegar lá...
em Sergipe? Não! Tem nada lá!
Para mim, não.
Então, melhor é bom?
Até ruim, era bom, de certa forma.
Até ruim era bom, pois ruim pode,
como pode, sempre pode,
mudar, que vai ser?
Se der, semente já é?
Não, já é árvore, mas precisa,
precisa tanto adubar, molhar, florir.
Confessional? Nunca!
Só respiro o que sinto.
Quanto mais sinto, mais respiro,
mais entendo, mais traduzo.
Sou o médium dos vivos!
Leio o seu, o meu e todos amores,
cada um e todos, embolados em uma linha.
Cada letra, diz só o que você quer ler.
Sou o farsante de cada.
Qualquer poeta o é.
Não se poetiza verdades,
Poetiza-se olhares.
Sou a mentira de mim.
Claro, sou tão sincero assim.
Tão tudo que se leria, que se queria.
Te odeio ou te amo, e você me disse assim.
Sou a verdade do homem.
Sou fraco, humano,
errado, e correto.
Sou o bon niño e la niña mala, Llosa.
Sou absolutamente nada disto acima.
Sou o escudo literário,
O engano literal: não vim me mostrar.
Vim escrever poemas. Sobre tudo, até sobre hoje.
Vire a página.
Tão poderoso...
Mais que "morreu"
Mais que "acabou"
Mais que "não deu".
Aceite que foi,
o que viveu,
o que deu,
e siga com o que é, e sempre foi.
Acontecimento.
Palavra diferente, novidade.
Fatos iguais.
Sentimentos: não envelhecem, e nunca são novos.
E se acontecer de novo?
Seria novo?
Acontecimento, seria.
Sentiria de novo?
Todo dia se respira e de novo, se respira.
A página se vira para um lado, para o outro.
Se hoje vou reler, o livro é todo outro.
Se a estória sabe onde dar errado,
Leio hoje, com mais cuidado.
Poesia
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