"Pega na página 91,
Das mulheres, velhas e novas.
Veja como a tradução está melhor."
na porta do cinema de Ouro Preto,
muleta e irreverência, alegria e uma história,
escondida, ao menos de mim.
Livreiro de rua, trechos decorados de
Assim falou Zaratrusta, que afinal, comprei.
Uma cigarrilha, um poema recitado de lá,
um lido de cá. E minha alma, alí, na rua,
lida também.
"Lê devagar! Põe vida e não ache que isto vale alguma coisa".
Dalí, da leitura, me entendeu, como eu mesmo não queria.
Duro e seco, concluiu: "você está perdido, vá se benzer."
Fui beber, no melhor bar, por ser o pior, achei amigos, falei da vida,
falei de mim, falei deles, entrei alí dentro.
Em parte, estava perdido por estar de fora.
Agora, só falta benzer.
Uma gota de chuva cai,
Acelera-se e se deforma,
achata-se por completo,
Se demora a bater no chão
(e elas demoram),
São apertadas e tanto, tanto,
Quem ia imaginar....?
Explodem.
E da chuva, chuvículos caem.
São chuvículos que recebemos,
das gotas grandes, que se espatifam no ar.
É, porque grandes, aqui, é bem pequeno.
E tão pequeno assim, batem com força,
no duro e sólido, ar.
Deu na Nature, foi capa.
A chuva, e seus chuvículos.
Um dia, quando voltar a chover, no sopé da escada, filha no colo, explico a chuva em detalhes. Só para ver os olhinhos dela brilhando, e para brilhar com ela, os meus também. A chuva, afinal, é mais que gotas. A ciência afinal, é muito mais, bem mais, que só o saber.
Silêncio,
Trabalho,
Pensamento,
Nem, quase nem , rezas....
Trabalho,
Trabalho,
poemas, nenhum.
Fazer poesia da falta de poesia....
picaretagem, desenhada em letras,
soltas, bestas, vadias.
Vamos fingir, vamos escrever...
Vamos cuspir letras, sem nada sentir....?
Será que não? Estarei drenando,
sangrando o grosso sangue poético, retido,
entupindo as veias, matando o amor,
enfartando a vida?
Que seja, que doe, que respire. Um dia, volto.
Poesia
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Literatura
Crônicas e prosa