Jardins de Palavras em canteiros de versos a cerca de eiras de prosa. Em 2008, um mês, um livro, desde julho
Quarta-feira, 22 de Julho de 2009
Soltos 19 - O livreiro na calçada

"Pega na página 91,

Das mulheres, velhas e novas.

Veja como a tradução está melhor."

na porta do cinema de Ouro Preto,

muleta e irreverência, alegria e uma história,

escondida, ao menos de mim.

 

Livreiro de rua, trechos decorados de

Assim falou Zaratrusta, que afinal, comprei.

Uma cigarrilha, um poema recitado de lá,

um lido de cá. E minha alma, alí, na rua,

lida também.

"Lê devagar! Põe vida e não ache que isto vale alguma coisa".

 

Dalí, da leitura, me entendeu, como eu mesmo não queria.

Duro e seco, concluiu: "você está perdido, vá se benzer."

Fui beber, no melhor bar, por ser o pior, achei amigos, falei da vida,

falei de mim, falei deles, entrei alí dentro.

Em parte, estava perdido por estar de fora.

Agora, só falta benzer.



publicado por Sérvio Pontes Ribeiro às 16:00
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Soltos 18 - A chuva

Uma gota de chuva cai,

Acelera-se e se deforma,

achata-se por completo,

Se demora a bater no chão

(e elas demoram),

São apertadas e tanto, tanto,

Quem ia imaginar....?

Explodem.

 

E da chuva, chuvículos caem.

São chuvículos que recebemos,

das gotas grandes, que se espatifam no ar.

É, porque grandes, aqui, é bem pequeno.

E tão pequeno assim, batem com força,

no duro e sólido, ar.

Deu na Nature, foi capa.

A chuva, e seus chuvículos.

 

Um dia, quando voltar a chover, no sopé da escada, filha no colo, explico a chuva em detalhes. Só para ver os olhinhos dela brilhando, e para brilhar com ela, os meus também. A chuva, afinal, é mais que gotas. A ciência afinal, é muito mais, bem mais, que só o saber.

 



publicado por Sérvio Pontes Ribeiro às 00:42
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Terça-feira, 21 de Julho de 2009
Soltos 17 - E um fusca ultrapassou uma variante.

 

É cedo, manhã, 040, caminho para o Rio.
Caminho antigo, fiz a infância toda.
Mas, agora, 40 e tantos, combina com 040.
Tempos novos, passado encerrado,
enfim, o caminho escolhido, e
seguido feliz...
de súbito, é interrompido.
 
Um fusca branco, em alta velocidade,
Avança,
certo e soberano de sua tecnologia superior.
Infalível,
Implacável,
Ultrapassa a variante, bege claro, lenta,
Pesada, fracassada.
Afinal, é só uma variante de um carro.
 
E esta variante de uma cena tão antiga,
Tão morta, enterrada, sem sentido se alguém olhasse,
Se alguém insensível visse envolta:
havia tantas máquinas mais rápidas.
Mas, lá, no meio, quase parados, disputavam seu triunfo sem fim.
Sobraram no tempo, e não encerraram suas diferenças, ou igualdades.
Ninguém via.
Ninguém tão lento, mas estavam lá,
mortos em movimento.
 
E, se afinal censurar o que escrevi,
Poupar a quem tolamente vier ler-me,
Livrá-los de meu confessionário,
Ainda diria....
 
Não se esqueçam, se leitores houverem, e se homens forem,
E se forem jovens, e não tiverem tido pais floristas que os ajudaram
a escolher seus amores:
Se mulher não enlouquece, piora... né Lacan?...
mulher também não cura, melhora.
E, melhores, não precisarão de você, se vestido de bombeiro vier,
Seu babaca.

 



publicado por Sérvio Pontes Ribeiro às 02:00
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Sábado, 11 de Julho de 2009
soltos 16 - Nada

Silêncio,

Trabalho,

Pensamento,

Nem, quase nem , rezas....

Trabalho,

Trabalho,

poemas, nenhum.

 

Fazer poesia da falta de poesia....

picaretagem, desenhada em letras,

soltas, bestas, vadias.

Vamos fingir, vamos escrever...

Vamos cuspir letras, sem nada sentir....?

 

Será que não? Estarei drenando,

sangrando o grosso sangue poético, retido,

entupindo as veias, matando o amor,

enfartando a vida?

Que seja, que doe, que respire. Um dia, volto.

 



publicado por Sérvio Pontes Ribeiro às 18:03
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