Fruta de lobo
Lobeira
Assa-peixe,
assanhado.
D'África, d'aqui,
de lá, de cá,
O mata é jardim de vó,
é erva de preto.
O mato é capoeira,
É sucessão,
...é abandono,
....... será floresta.
O mato é parte do habitat.
Da gente, gente que vive de remexer,
mudar e cortar, o mato é pioneiro como nós.
Gosto dele? Gosto mais da mata?
Mato... mata... porque vegetação tem nome de crime?
Se faz assim,
quietinho,
num canto,
sozinho.
Quem vai saber?
A beleza do altar que assentou?
Seus santos...
seus santos....
De repente,
passou cinco anos,
e nada. Mas de repente,
cai as couraças.
Sem aquecer,
sem meditar,
sem respirar,
vai a perna, reta,
o braço, reto,
a torção,
completa.
Vai a alma, contorce,
nina a perna, bebê,
beija o pé! igual Bibi!
De repente, caiu tudo.
Algo lá dentro, lá fundo,
na alma sempre bloqueada,
temente e temerosa,
caiu. Entendi tudo,
tudo ao menos que precisava.
De repente,
o corpo desfez-se,
a alma fluiu!
O que eu dou é o que me retorna,
Sou este retorno.
A abandono é o preencher.
Consumir, sacrifício...
Adubo para a flor...
Estou acabando,
ou iniciando?
Não há fim ou começo na roda da vida.
Há o rodar.
O viver.
Cuide bem da carne do seu boi externo,
dê ao seu carneiro do corpo a vida plena e saudável,
afinal, boa é a carne que é comida de um animal que viveu feliz!
Doar não é sofrer. Sofrer é exatamente o contrário:
é seu horrendo egoísmo de ser só para si, imbecil.
Fantasia é aquilo que fazemos existir.
Que preenche nosso vazio existir,
por existir junto....
mesmo nosso existir, não vazio for,
fantasiamos enchimentos, pois somos, sim,
insaciáveis.
O que haveria ocorrido, de fato?
O que será que teria existido?
Existido?
existiu?
Petit, insane!
Espera aí... já vi isto.
Quintana, René Burgler...
o poema.... peraí.... crônica.
Isto.
Quintana já poetizou um trapezista.
E o fez, à sua morte, e o fez, ao pé de sua própria beirada de velhice.
eu vou falar de Petit, ainda vivo.
E eu, também.
Atravessar sorrindo duas torres que iam desaparecer.
Símbolos de tantas imbecilidades, já tinham caído, antes.
Caíram diante da afronta do pequeno francês que lhes atravessou.
Terrorista e poeta, em anos que terrorismo e nudismo eram a mesma coisa.
Petit sorrindo, cruzou, e voltou, e cruzou, voltou, deitou, riu de tudo.
E viveu. Viverei também nas beiradas, como sempre fiz, em cada árvore fina, em
cada árvore grossa, e alta, em cada pedaço de corda carregado e sacudido pelo vento.
Vou viver dos galhos podres que faço fortes trançando fitas sobre os mesmos,
espalhando meu peso como um gorila magro.
Espalhando minha vida sobre galhículos, que juntos e amarrados, são como chão para mim.
Qual era o chão de Petit? Seu coração?
Qual é o chão de quem não arrisca? A morte?
Quem afinal está perto da morte?
Quem a enfrenta diariamente, e a põe para correr,
ou quem lhe abraça, e arrasta
em matrimônio de covardia
dia a dia,
até o longínquo túmulo que tardia?
Viva Petit, viva tu, via o rabo do tatu!
Poesia
http://www.jornaldepoesia.jor.br/
O senhor SWEDENBORG e as investigações geométricas
Literatura
Crônicas e prosa