Jardins de Palavras
em canteiros de versos
a cerca de eiras de prosa.
Em 2008, um mês, um livro, desde julho
Certas paisagens longínquas,
Exercem efeitos inimagináveis.
Vastidões, com árvores espalhadas,
Verdadeiras mais que belas, e belas,
Por assim o serem.
Grandes e tortas, forjadas ao vento,
Secas e poderosas, resistem a tudo.
Grandes e belas criaturas vistas assim,
Sós, e solenes senhoras de todo o tempo.
Nesta vastidão, mesmo quando cheia de nadas,
Cheias de ares secos, as verdes pequenas folhas,
Mostram a água escondida na vida e na terra. Paineiras.
O ar embaçado, se embaça com as sementes de algodão.
Voam como farelo de vida, o talco do renascer no pó.
Nestas paisagens, vastas e machucadas pelo homem,
Sente-se algo muito forte. Um aperto no peito, dizem as gentes.
Cheio, se sente de tudo. De medo, de susto, de pequenez.
Em meios a tanto sentir, sabe-se, e vive-se, a beleza de um mundo que transcende todo sofrer, toda perda, e todo tempo.
A evolução e o amor são lados iguais da mesma obra.