Vão estranhar eu começar esse texto falando de um homem, mas logo vão entender. Paulo Vanzolini é reconhecido como um dos maiores compositores de samba da contemporaneidade, mas além de sambista, ele era Professor Titular da USP, Zoólogo e curador do museu de história natural daquela universidade. Um grande biólogo, especialista em anfíbios. Anos antes de sua morte vi uma entrevista fantástica com ele, onde lhe foi perguntado por que com todas as músicas dele publicadas sendo aclamadas ou mesmo premiadas, foram porém tão poucas? Com ar resignado, Vanzolini respondeu algo como “meu filho, a Zoologia é uma esposa muito exigente, nunca tive tanto tempo assim para o samba ou outras coisas”. Cada palavra me marcou, mesmo não garantindo a exatidão dessa frase. Escrevo isso em um sábado, meio dia, na varanda do nosso laboratório no Parque Estadual do Rio Doce, longe de casa faz 10 dias, coletando espécies de Diptera hematófagos para minha nova fase na carreira. Carreira de entomólogo, o mais obcecado dos zoólogos, e que não acabará, não aposentará, ou, na fala de Paulo, não aceitará outra coisa senão “até que a morte nos separe”.
Nessa lida me lembrei de um sonho por mim não sonhado, mas de uma aluna de graduação, que em uma dessas viagens para cá se apaixonou perdidamente pela entomologia. Ela com um pouco de receio, acabou contando que sonhou que tinha perdido o próprio casamento, porque estava coletando insetos. A coisa foi cinematográfica, com igreja fechando, transferência do lugar da festa, se descobrir na porta da igreja com potes de insetos e ainda sem maquiagem, até que quando resolve entrar, as amostras caem e se perdem, e ela acorda.
Que Carl Jung me perdoe a heresia de uma intepretação rasteira desse sonho, mas não lhe parece, leitor, que ainda temos um medo subconsciente de ter que escolher entre uma carreira demandosa ou afeto, mas que é esse um medo exclusivamente das mulheres? De fato, ao menos para as carreiras de desbravamento, aos homens sempre foi dado o direito inquestionável de viajar por meses a zonas remotas (para o bem ou para o mal do meio ambiente) e manter uma família feliz e apoiadora, mesmo que saudosa.
A pergunta, em homenagem ao dia internacional da luta pelos direitos das mulheres, é se os homens de hoje são machos o bastante para dar suporte a mulheres de carreiras difíceis e exigentes, como são as de ciência. Esse é o momento que uma feminista iria me condenar à fogueira por achar que mulheres precisam de suporte dos homens, mas de fato, TODOS precisamos de afeto, família e apoio. Então, sim, precisam de apoio de seus parceiros, todas as mulheres. Eu, que formei em meu laboratório 60% de mulheres e vi empregadas em ciência na razão 1:1, garanto que quem não vingou não teve apoio de seus maridos, com uma ou outra exceção, que, por si só, não quis tanta demanda quanto a que nossa carreira científica nos impõe. Um sonho desses me faz refletir no óbvio imponderável e tão difícil, em especial para elas: o dia que o machista não for escolhido como parceiro, deixará de existir, mas, existem homens à altura do extraordinário dessas mulheres?
Perdemos sempre um ano.
O dia seguinte, o primeiro que se inicia.
49 completos, segunda, na terça, já é 50.
Sem grande festa, até terminar.
Lento, cada vez menos lento.
Porém, também, daqui para frente, corra.
O que não foi, atropele.
Deixa morrer, que nada agonize.
Doar o inútil guardado,
Limpar o sótão e o jardim para a primavera.
Deixar morrer, pois afinal,
Nasci no solstício da transformação.
E só se transforma uma casca em planta,
Se da casca tudo se decompor.
Sem dó, até o fim,
Transformada a casca em solo,
acaba-se de cavar as masmorras,
onde se enterrará
o que não é
para ser.
Feitas as masmorras,
Levantam-se os Templos.
Às virtudes, o céu pleno.
Nas sacadas das melhores qualidades, flor.
O solo feito dos piores defeitos.
A água, que primeiro sejam lágrimas.
Mas água é água.
Ramalhetes que rodem as colunas de seu Templo.
Floresçam e morram as flores, renasçam e tudo de novo.
São flores do ramalhete do “para sempre”.
Até porque, o sempre já está logo ali.
Jornal da vovó,
Tão amada vovó.
Vou abrir e ler,
Cada coisa eu vou.
Papai nem abre!
(abre sim, ela não sabe)
Eu leio e espalho.
A história da vovó escritora,
Um dia vai ser minha!
Mas agora, não escrevo,
Leio o que fizeram... para mim?
Sim! Amanhã, poesia eu faço.
Hoje, o Poema sou eu!
O que seríamos de nós,
Homens tropicais?
Lerdos, moles, preguiçosos,
Meio, ou totalmente, alcoólatras?
Malemolentos, ou só lentos?
Enfim,
Nós, inúteis vermes do calor,
Senhores do que nada mandamos,
Reis sem trono, coroa, ou sei lá,
(nunca tivemos o que têm os outros reis para sabermos o que teríamos).
O que seríamos?
Nada, não fosse tu, ò barata!
Obrigado barata, fazedora de mim, herói!
Criadora em mim,
Homem de vigor, fibra e valor!
Ò barata! Te amamos!
Só não amamos mais que as mulheres,
Filhas, esposas, mães e irmãs,
Que, vocês, baratas lindas,
fazem delas nossos amores!
Mataram meu poema.
Quem? Não sei.
A dura vida, a vida amarga?
Mataram. Não sai, não vem.
Mas vem, renasce, fodido.
Ferrado, mordido, malhado.
Renasce. Ruim, fraco, frouxo.
Isto sempre foi. E morrer não o melhora.
Morra, e volta. E fodas quem matou.
Volta nervoso, palavrudo deseducado.
Que volte, se acalma, calmo, vai continuar.
Morre e volta, não é carne, não é matéria.
A ideia, a dor, o viver, o morrer,
Tudo isto alimenta a mão nervosa.
Nervosa mão que escreve, agride.
Palavras são violência, mas querem ser amor.
Se quase tudo de errado eu fizesse,
Tem ela, que mais do que certa,
Bela,
Sensível,
e brilhante,
É o que de certo eu fiz.
Fiz ao menos a metade?
Não, fiz sua infância inteira, de cabo a rabo.
Fiz, como todos, só o que pude, mas como poucos,
chorei cada pouquinho que não pude.
Não que tudo devesse dar,
Mas toda certeza,
de não tudo poder,
de que tudo, nunca terá.
Não que tudo a mim se deva,
Como de fato, quase nada se deve.
Só fiz tudo que é o amar sem limites.
sem retorno, sem espera, sem igual.
E foi querendo nada para mim,
se não que tudo ela tivesse,
que tudo para mim, eu tive:
o sorriso de Laura, quando não, uma rosnadinha.
Nada menos que seu jeitinho decidido,
Nada menos que a Laura que sabe,
Mas não quer pedir. Mas sabe desculpas,
Sabe aceitar, e mostrar seu amor.
Nada senão a Laura que tanto bem quer a todos,
E para poucos guarda a paciência,
na proporção que dá afeto e querer.
Nada senão elazinha, já feita, já gente.
Adulta pequena, me faz ter orgulho,
Me faz melhor quando me sinto dos piores,
Me faz melhor até quando sou dos piores,
Me melhora, e me desmancha, com um mero...
- “Papaizinho!? Se fôssemos tatus bolinhas,
todos nossos problemas estariam resolvidos”,
fazendo aquela carinha de ter feito a única descoberta importante no universo, que tanto me tranquiliza.
Laura meu amor, em dois dias, 15. Que 15 seja muito menos que tudo que a vida te dê, já que dela, da vida, você já muito mais merece ter!
A poesia explode em tudo que há em volta,
quando uma mulher se vai...
ouvi hoje de Ferreira Gullar.
Mas a poesia hecatombe tudo que não deveria haver em volta,
quando uma mulher espetacular acontecesse...
E cá tombemos tudo que não serve mais... pois se há tal mulher,
a noite precisa de amor, e o mundo, de poesia!
(Este é para Ana, mas não deixarei que fique só para ela)
Meu amor é tão linda que nem feiurinhas tem,
por mais que procure,
para chamar da coisa mais linda da mulher amada,
como fez Morais.
De tão linda que é... falar, sorrir e olhar,
nem noto ser brava.
De tão brava que fica... e sorri, fala e desarma,
Só noto que é linda.
É mesmo só linda. É Ana Beatriz.
Amor em tempos de ebola...
Será tão melancólico,
como foi em tempos de cólera?
Não, meu amor, ele não foi,
ou não o foi pelo cólera.
Melancólica foi a falta, mas não do amar.
Estou cansado de mim.
Melhor, de meus medos.
Quais são os seus? Empreste-os!
Quero temer coisas tolas.
Um dia acordastes manco.
Mas foi por ter tido a ilusão das duas pernas.
Caído na realidade da dor de mancar, mancastes.
Seguistes a vida subserviente aos fatos.
Não há duas pernas.
Não há como correr e o que achou ter corrido,
Ilusão.
Passou o tempo e um dia,
Acordastes com asas.
Nunca mais precisou da perna que lhe sobrou.
O amor pode crescer no desolo de dias brancos.
Dias quentes, secos, sem chuva e com medo.
Dias brancos, sem nuvens, onde o azul não tem força para vir.
O amor pode surgir do medo da falta de amor.
Pode surgir do susto do que se escuta.
Pode sair do esforço de aceitar cada estória.
Os dias brancos são como os anos de cólera.
Pedem abraços e acalentos.
Pedem que o amor brote de onde for.
E amor brota. Brota das carapaças do medo.
Racha o chão seco e transborda.
Inunda a relva seca de qualquer coração.
O amor... brota onde nem se imagina que ele exista.
Molha a terra seca, a água, como ele faz com as rudezas das almas.
Almas não se lavam, se molham, e molhadas, amam.
Mesmo se, após a água passar, de lá nada brote.
- É outra coisa.
- É a mesma coisa.
- Não, é outra coisa,
e é completamente diferente.
- Disse isto antes, e era a mesma coisa.
- Mas a coisa agora é outra!
Bobear, nem coisa seja.
Seja algo melhor que qualquer coisa.
O sofrimento é como um passarinho.
Quando muito atormenta, se pega com a mão!
Na mão, quente e atenciosa, que a ele se dedica,
Ele se cala. Então se joga este passarinho, sem dó nenhuma,
Na caixa dos passarinhos sofridos.
A cada novo passarinho que ali se joga, a caixa se agita.
Todos gritam, berram e te lembram que lá eles vivem.
Safados passarinhos, porém se largados, calam-se.
Uma caixa de passarinhos largados se aquieta, sossega.
Nada mais dela se saberá.
Assim em paz, dela se larga, esquece,
E assim, largada, num canto, um dia, claro, será chutada.
Chutada pela imprudência de se permitir novas passarinhagens.
De se esquecer toda aquela barulheira, anda-se livre, chuta- se a caixa.
Merda que quando a caixa desfaz, e todos voam,
nunca se tem uma espingarda.
Não deve ser nada.
Indigestão, intoxicação.
Não deve ser nada.
Princípio de enfarte, angústia.
Não deve ser nada.
Vontade, desejo.
Não deve ser lonjuras,
Não deve ser saudades,
Não deve ser poemas,
Tão pouco, deve ser paixão.
O cafajeste é majestade, é dono de si e seu amar sem fim,
sem limites, ou regras. Só amar.
É fonte sem fim de galanteios e reconhecimentos, e eterna adoração.
O cafajeste te vê onde eras invisível!
Bambeia por ti, onde tu não és, ou não sabias ser...
ele te vê rasgada e molambenta, por trás das vestes, acha sua alma,
na sua alma, lá dentro, idolatra seu corpo, cada defeitinho,
cada perfeição.
Não maltrate seu cafajeste!
- Por que escreves tantas melancolias?
Porque elas me invadem.
Ao escrevê-las, eu as expulso.
Ao virarem letras, contra o branco papel,
Não mais me pertencem.
Pertencem a ti, que as leu.
Enquanto as digere,
recém cuspidas de mim,
eu vivo alegrias indescritíveis,
que raramente lerás.
Um fusca
Um bulldog
Um caminhão!
Uma casa na Pampulha,
Quintal com grama
Sonhos que destruí.
- Por que, não os queria?
Destruí porque os realizei.
Choquei-os com a realidade.
Os matei, ou eles, à luz do sol, tiveram seu brilho desfeito.
- Não há esperanças para os sonhos?
Há, os sonhados, e os bons.
- Como separar os bons dos ruins?
Só dá para saber, realizando-os,
Ma sempre sonhar é bom.
- Mas não temes?
Não, os destruo sem piedade,
Mas prefiro sabê-lo.
Os realizo, vivo, adoro, e desisto.
Deles lembrarei (só lembro se vivi),
E lembrarei os bons momentos. Às vezes, sofrerei seu fim!
- Então os mata e guarda deles o que houve de melhor?
Sim, melhor que o que fazem uns com os outros, as pessoas.
Porém, quando se deixa de ser sonhado por alguém,
Surge um homem livre. Melhor assim.
As pessoas não são desejos, mesmo desejadas.
Esquecidos, voltam a ser livres.
Cargas afetivas são engraçadas, como nuvens negras...
São óbvias, mas não pesam enquanto se formam.
- E a realidade? É dura?
Dura? São três turnos duros, como de costume.
No meio do terceiro, paro,
vejo um para casa, prepara outra para a cama, recebe um abraço-cavalinho,
um beijo na careca, e um “vai lá, trabalhar para nos sustentar”,
dito de uma forma tão cheia de gratidão e reconhecimento... e você, vai.
Perguntou se era dura a realidade? Ela é suave, doce, bela e incomparável. A vida é a cura de todos os delírios do querer egoísta que desenha os desejos estúpidos de quem não ama.
Em homenagem ao seu Francisco Cortez, cabra da peste, homem de fibra e verdade. Não fiz para ele, mas de sua morte soube ao terminar este poema. Reli, e vi nele homens assim, que viveram até a unha do pé mais feio.
Sabes parar?
Sabes que pouco importa?
Tens perna, força,
Respira bem, quer seguir,
Mas...
Sabes, tens que parar.
Ao parar faz tudo que,
Andando, não se faz.
Então pare.
A perna, guarde.
A força, respiração, vontade,
Usa para viver o onde está.
Se vai, não volta.
O onde se está, se não vivido,
Vai se perder. Lei da senda.
No viver o estar, outra sina:
SE, porém, parar e apaixonar
Vai morrer na estrada.
De que vales?
Lendas criadas sobre si mesmo.
Fábulas forjadas,
Roubadas de corsários,
os mais difamados?
De que vale sobreviver,
Aguentar à difamação que chamou a si?
A briga que comprou,
Se tudo isto fez,
Só para se mostrar vivo.
De que vale se não
Tiverem as pessoas?
Não vocês, leitores.
As pessoas.
Aquelas que virão aqui,
Vão chorar, por elas,
Por mim,
Ou por nós.
De que vale tanta cena,
Se dela não brotar amor,
Se não vier chamuscada de paixão,
A paixão da dor,
E das delícias de existir.
Entre vocês, amados,
Amantes seres,
Cujo amor reforça o fato,
O dito,
e não portanto, não o temível só imaginado...
Sou um pouco mais que só minhas babaquices.
Vinho, desregrado vinho...
Lá vem ele, fazendo a verdade ser vomitada.
Vinho da mãe, safado e cretino.
Não vai contar, não hoje, seu puto!
Xingo sim, e daí? Xingo em prosa!
E de prosa em prosa, escapo de lhe contar...
Se o mundo é cão,
Que mundo pequeno!
Seja assim, cãozinho,
Não mais que um pequenez!
O amor,
etéreo, resiliente.
Vive das migalhas.
Pequenas, dispersas,
secas, só restos.
Migalhas se espalham,
mas não são doadas.
Migalhas não são,
estão, não eram para.
Mas é delas que ele,
o poderoso amor,
vive.
Seja descuidado!
Espalhe generosamente,
descuidadamente,
assim, leviano,
as migalhas do que te alimentas.
Senão, não serás amado.
Quando achei que me acostumaria
com esta banheira de água morna...
afinal, já fumaram um charuto,
tomando um puro malte,
em uma banheira de água morna?
Mas ela chegou,
para cair,
louca,
de boca na vida.
E irá me querer no mar frio e agitado.
O mar agitado sacode o casco
e quebra os mastros,
te arremessa no totalmente inesperado.
Azul.
E todos gritam, não vá!
Se eu for, ela vai... por que não ir?
Este mar...
é tão bom este mar.
E ela... ela... a vontade é ela!
Ele a queria, mais leve, solta e livre.
Não ela.
Ela queria dele o que ela sonhava,
sonhava com ele?
Ele a quis enjaular, para fingir ser seu sonho.
Ela na jaula, gostou dele assim, sonhado.
Ele matou de desgosto sua própria alma por vê-la presa,
ela, acordou, e fugia pela portinha de trás enquanto ele buscava alpiste.
Ele a queria, mais leve, solta e livre,
não ela... então fodas.
Desintoxicar, lento processo.
Se intoxicado foi pelo amor então...
sofrerá para se livrar.
O amor é como balsamo,
remédio e conforto,
porém, se aplicado em e por alguém!
Balsamo nas mãos, sem costas para untar,
é balsamo para nada, que prega, suja, escorrega.
Com balsamo nas mãos, uma hora, sua comida vai envenenar.
Oleada mão, nela grudará a sujeira que irás engolir, feito porco faminto!
Então, na verdade, não se intoxica de amor?
Não meu amor! O amor nem em excesso faz mal!
O amor em excesso, porém, muda a alma,
sem onde derramá-lo, ela se afoga,
afogada, ela esmaece.
Mas veja, foi a alma, despreparada,
não o amor, a porta para a intoxicação...
e a mão, culpada, pois desejosa de costas que não poderia ter!
O
limite
do
seu
amor
é a
muralha
do
seu
egoismo.
.
.
.
... puta.
Uma tarde seca e morna que segue a um meio dia igual.
Pint após pint, embora seja o clima de sempre daqui, onde nasci,
em dias livres, felizes e sós, como hoje,
me vejo arremessado ao belo, assustador primeiro verão londrino. 1995, hoje, aqui, foi um dia daqueles tempos.
Tempos maravilhosos que mais nada são,
foram nada? Nada é o que não substitui...
nada é o resto para além de saber das pequenas quem me vem.
O dia só finda... mas me encheu de alegria.
Que eu fique invisível a todos,
menos ao garçom.
Que não vejam a mim,
nem a o que eu faço.
Que enquanto eu desenho a esta praça,
que a este corpo eu vá apagando.
Que só me veja o garçom,
que nada seja o que eu faço.
Lucidamente,
Lembrei de tudo que fizestes para se livrar de mim.
Para me diminuir, para me culpar da sua falta de amor.
Súbito, e lamentavelmente,
o Ainda te Amo pode ser sublimado em um gesto místico,
puro e livre amor a ti, se torna amor por toda a humanidade.
Melhor, e belamente,
não sabe você que me lê se falo de você, dela ou dela.
Ainda mais, e bem melhor,
não sabes de quantas mulheres é feita esta tal humanidade.
Enterraram minha bela rua.
Pedras entremeadas de grama,
chão de pé-de-moleque,
respiradouro para o solo urbano.
Acabou!
Betume, preto e morto.
Pista impecável, rua para os carros.
Mas não era? Não!
A estrada é para os carros,
as ruas, para as gentes.
Ruas deviam ser jardins,
que apenas permitam que os carros lhe passem.
Docemente, calmamente passem,
mas a rua era para as crianças se encontrarem!
Poesia
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O senhor SWEDENBORG e as investigações geométricas
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