Como se fosse um saveiro desenhado pelas palavras de Jorge,
Amado caminhão, pequeno estranho caminhão,
Me navega nestas rotas, de lá e de cá.
Como saveiros de Jorge Amado, caminhos das baias da Bahia de Todos os Santos,
faz meus caminhos, meu barquinho, em rotas de asfalto.
Como marinheiros de Jorge Amado, tenho medo de lá morrer,
Mesmo sem ter na terra Iemanjá para me levar, tenho medo de no asfalto ficar.
Tão horrível seria, mas este mar sei navegar.
Sem Iemanjá, conto com os ventos de Iansã, e esta não me quer levar,
me quer indo e vindo, pois alí é que depuro e melhoro, ou só vou e venho.
É neste barquinho que choro e ninguém vê,
É nele que sou eu, o eu que ninguém sabe.
Nele eu fumo, escuto música, olho o céu, faço poemas.
Quase todos, muitos, dos melhores, surgem das relvas longes,
Das árvores que não alcanço, das montanhas que me são ondas.
No meu barquinho eu choro, eu gargalho, nele eu sou o que sou,
Nele eu vou só, e só é que se é feliz.
Se um dia for feliz com alguém, é porque só, já se é feliz.
Poesia
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Literatura
Crônicas e prosa